Carinhosamente apelidado de "O Moreno Bom", Nelson Heráclito Alves Ferreira nasceu em Bonito, município pernambucano, em 9 de dezembro de 1902 e hoje é um dos mais populares compositores de que o Nordeste tem notícia. Seu primeiro contato com a produção musical deu-se aos 14 anos de idade, compondo, a pedido da Companhia de Seguros Vitalícia Pernambucana, a valsa "Victória". Ainda muito jovem, tocava nas pensões alegres, nos cafés, nos saraus e nos famosos cinemas Royal e Moderno, no Recife, tendo sido o pianista mais ouvido na época do cinema mudo. Já nos primeiros anos do rádio em Pernambuco, Nelson Ferreira foi convidado por Oscar Moreira Pinto para atuar como Diretor Artístico da Rádio Clube de Pernambuco, onde, além de compor, foi responsável pela fundação de vários grupos e orquestras. Por essa época, e durante toda sua vida, compôs valsas, foxes, tangos, canções, especializando-se no gênero frevo. Na área de disco, foi também Diretor Artístico da Fábrica Rozenblit, instalada em Pernambuco. A partir dos anos 40, criou uma orquestra de frevos que não apenas ficou famosa em sua trajetória local, mas também extrapolou as fronteiras de nossa região, conseguindo sucesso a nível nacional. Desde 1924, iniciado na discografia brasileira com a música "Borboleta não é ave", em ritmo de samba, gravado em disco, passou depois para as marchas pernambucanas e outros gêneros, tendo então parceiros de peso como Aldemar Paiva, Luiz Queiroga, Osvaldo Santiago, Sebastião Lopes, Fernando Lobo, Ziul Matos. Da mesma forma, entre seus intérpretes estão nomes famosos, tais como: Francisco Alves, Aracy de Almeida, Carlos Galhardo, Joel e Gaúcho, Valdi Azevedo, Nelson Gonçalves, Dircinha Batista, Claudionor Germano e Expedito Baracho. Compôs sete evocações musicais famosas em todo o Brasil, homenageando carnavalescos, jornalistas, velhos companheiros e outros verdadeiros imortais da poesia e música como Manuel Bandeira, Ascenço Ferreira, Lamartine Babo e Francisco Alves. Marcantes, também, foram suas valsas, a ponto de arrancar da pena do escritor Nilo Pereira: "Nelson Ferreira, feiticeiro do piano, fixador de um tempo que as valsas revivem, como se estivessem falando. Se meia hora antes de sair o meu enterro, tocarem as valsas de Nelson, velhas valsas tão íntimas do meu mundo, irei em paz sonhando". Em 1958, a Fábrica de Discos Rozenblit reuniu algumas dessas preciosas valsas em LP, que se esgotaram em pouco tempo. E, em 1988, a Fundação Joaquim Nabuco, por meio do projeto Compositores Pernambucanos, reuniu em LP, também esgotado, algumas dessas valsas já gravadas anteriormente e outras inéditas, que receberam o arranjo do maestro Antônio José Madureira. O Maestro Nelson Ferreira faleceu no dia 21 de dezembro de 1976, no Real Hospital Português, no Recife, e foi transportado para o "hall" da Câmara Municipal, onde foi velado.
Fonte: http://escolas.educacao.pe.gov.br/layout.php?portal=7148&p=historia